Título: Bem Atrás de Você
Autora: Lisa Gardner
Páginas: 349
Editora: Gutenberg
Estou impactada... não sei bem o que dizer sobre este livro, mas vamos lá que é na bagunça que a gente se acha.
"Não acho que é culpa do trauma. Acho que sou assim mesmo. Sou um pouco errada por dentro. Existem razões, é claro, mas tendo passado os últimos treze anos sendo eu, não estou tão convencida quanto os terapeutas de que os motivos realmente importam."Pag. 18
Esse não é o primeiro livro que leio da autora; por sinal adoro o que ela escreve.
"Bem Atrás de Você" é o sétimo livro da série Quincy e Rainie. Começar a ler sabendo disso não interferiu em nada na leitura, pois só o que podemos pegar são pouquíssimos detalhes da vida do casal no passado. Ou seja, que eles já foram policiais do tipo que identifica perfis de assassinos, serial killers e esses tipo de coisa suave, rsrs.
O início do livro já joga o leitor numa casa onde vive uma família totalmente disfuncional. Pais bêbados e drogados que não dão a mínima para seus dois filhos, um menino de nove anos e uma menininha de cinco.
Na verdade o menino, Telly é que se tornou o pai da garotinha, Sharlah, quando ela nasceu. Ele a levava para passear, servia café da manhã, levava para a escola... tudo que os pais deveriam fazer, era o menino que fazia.
Logo em seguida somos jogados na cena onde o pai esfaqueia a mãe e sai atrás da menina para matá-la. O irmão para protegê-la, pega um bastão de beisebol e mata o pai.
Ambos são levados para o que seria para nós o Conselho Tutelar. Bem, a psiquiatra que cuidou do caso achou por bem separar os irmãos, e assim Sharlah passou por algumas casas de acolhimento até ser adotada por Quincy e Rainie.
Já Telly passou por várias casas de acolhimento também, mas não deixou uma boa impressão em nenhuma delas. A mesma coisa foi nas escolas que estudou e em todos os lugares. Ele sempre arrumava confusão.
"Quincy podia ver queimaduras de pólvora na borda do buraco, onde o cano da arma tinha sido pressionado contra a carne. Esse tiro tinha sido à queima-roupa, era pessoal."Pag. 40
Porém, é claro que sempre há muitos segredos por trás de qualquer história estranha. E tudo começa a ser questionado quando uma manhã um jovem entra numa loja de conveniência e mata a sangue frio um cliente e a moça do caixa. Quando a polícia começa a investigar sobre o garoto que aparece na câmera, logo se descobre que é Telly. O casal Quincy e Rainie é chamado para ajudar na investigação, vão junto com os policiais até a casa onde ele estava morando com o casal que o acolheu, e lá descobrem que ambos foram assassinados antes mesmo dos dois mortos na frente da câmera.
Uma caçada ao assassino começa, e uma caçada paralela para descobrir qual a real personalidade e o que aconteceu tanto naquela fatídica manhã, quanto ao que aconteceu oito anos antes na casa dos pais desses dois irmãos.
A trama é interessante, o suspense psicológico é muito bom, mas a caçada em questão não me convenceu.
Talvez por já ter lido muitos livros do gênero, tem coisas que não são tão fáceis de engolir.
Algumas vezes me senti vendo filme Sexta-Feira 13... Sabe quando a mocinha corre, corre, corre e o Jason que estava quilômetros para trás, aparece bem na frente dela? Pois foi assim mesmo que vi aqui.
Os policiais correm, correm, correm e do nada o garoto aparece.
Sharlah sai de casa atrás dele, sem tê-lo visto durante oito anos... Dá meia volta na praça e pum, lá está o garoto. Ah, sei lá, talvez seja implicância, mas acho que houve muita linguiça sendo enchida nesse quesito construção da perseguição.
"No mundo do sistema de adoção, estar desprovido de família não é terrível. Significa que estou livre para ser adotada. O que significava, quando eu tinha cinco anos e estava chegando na primeira casa com nada mais do que um saco preto de lixo com roupas e bonecas de pano encardidas, que eu era altamente colocável."Páb. 18
Telly e Sharlah são dois personagens maravilhosos, misteriosos e ricamente descritos. Não confiei em nenhum dos dois em momento nenhum do livro.
Quincy e Rainie também me ganharam. Ao mesmo tempo que eles são inteligentíssimos e experientes, diante o amor que sentem por Sharlah, esquecem tudo que aprenderam e ficam cegos. É assim que muitos pais são com os filhos. Por mais experiente que são, confiam e deixam passar coisas que poderiam ter visto, mas perderam. Isso não é um ponto ruim, isso é normal e passou muita veracidade no sentimento que eles tinham pela menina.
Ou seja, colocando na balança, eu gostei sim do livro. Muito mais pontos positivos do que negativos. Na verdade negativo foi só a perseguição mesmo. Poderia ter sido enxugada e terminado umas oitenta páginas antes. Daria um impacto maior ao leitor.
Com certeza que tivesse sido terminado antes deixaria o leitor com aquela cara de "Como assim? Quero mais!", e não de "Ai, acabei".
Se você não leu nenhum livro da autora, recomendo que comece por este. É uma ótima introdução à narrativa da Lisa Gardner. Se já é leitor assíduo do gênero, leia, mas não vá com muita sede ao pote como eu fui. Curta a leitura com calma e aprecie os detalhes dos quatro personagens principais.
Enfim, LEIAM!!!
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Eu achei esse livro tão intenso que eu sinceramente acabei abandonando a leitura até tentei voltar de novo mas não consegui me conectar na história inclusive Esse livro foi tema de debate no clube do livro que rola aqui na minha cidade e diferente de mim o resto do pessoal adorou
ResponderExcluirEu gosto de livros assim, suspense e perseguição sempre nos deixa ligadinhos no enredo. É verdade que são poucos autores que conseguem desenvolver cenas com mais adrenalina e não se perder um pouco. Essas coisas absurdas que acabam não convencendo o leitor atrapalha bastante. O início do livro é bem pesado e as pequenas tragédias continuam acontecendo ao longo do enredo. São muitos sentimentos envolvidos. Gostei muito da resenha. Já tinha visto o livro por aí, mas não sabia que era uma série.
ResponderExcluirLisa é maravilhosa, uma verdadeira maga dos suspenses
ResponderExcluirhttp://felicidadeemlivros.blogspot.com.br/
Oii Lelê!!
ResponderExcluirEstou doida pra ler esse livro, tenho lido mtos comentários positivos sobre a leitura o que me deixa ainda mais ansiosa e curiosa pra conhecer, será uma oportunidade e tanto tbm conhecer a escrita da autora.
Bjs!
Lê!
ResponderExcluirDessa autora já tive oportunidade de ler uns três livros e gosto muito da forma como ela cria seus enredos.
Esse ainda não li, mas por sua resenha, vejo que é carregado de suspense e mistério que nos prende do início ao final.
Preciso ler.
Desejo uma semana e feriadão!
“Os piores estranhos são aqueles que vivem na mesma casa e fingem que se conhecem. Conversam banalidades, mas nunca o essencial.” (Augusto Cury)
cheirinhos
Rudy
Também gosto demais do trabalho da autora, já li três livros dela e adorei todos. Por isso também das histórias não precisarem ser lidas na ordem. Achei engraçado e triste ao mesmo tempo quando este último livro foi lançado por se tratar do sétimo..puxa, onde foram parar os outros?rs
ResponderExcluirAinda não tive a oportunidade de ler este, mas já está na listinha de desejados e espero ler o quanto antes.
Mesmo com o ponto negativo da perseguição.rs
Beijo
O, Lelê.
ResponderExcluirEsse livro foi tema do Clube do Livro Autêntica de março e fiquei apaixonada pela escrita da autora! É bem isso mesmo... Quando se trata dos próprios filhos, os pais ficam cegos e atrapalhados...
beijos
Camis - blog Leitora Compulsiva
Nossa que trama mais cheia de mistérios e suspense :o Parece ser bem pesadinho e isso me interessou bastante.
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