Tô Pensando em Contos... Nos Correios

NOS CORREIOS

Se cada pessoa tiver um inferno único, especial, criado só para ele, com certeza o meu seria uma agência dos Correios. Não existe um lugar que me ponha mais no limite que os Correios. Eu não sei muito bem o que acontece, normalmente eu sou uma pessoa muito calma, mas é só entrar naquele ambiente amarelado que eu mesmo me torno um demônio.

Acho que tudo começou com uma vez em que fui buscar uma carta e quando pedi para retirar a carta o atendente respondeu “como assim?”. Lembro que na hora eu queria responder: carta, uma carta, daquelas que a gente escreve, assina, cola o selo, envia, ou vocês trabalham com filhotes de pug aqui?

Nessa primeira vez eu me acalmei e não disse nada. Na segunda eu já não estava tão calmo e quando a moça me disse que eu precisava pagar por três meses de armazenamento de uma encomenda que estava sendo revisada na receita federal (o que dava mais caro do que o próprio produto que eu estava comprando), eu já comecei o chilique no balcão “Não faz sentido, nem estava armazenado no correio! Era na receita! Não vou pagar, pega essa encomenda e enfia…”

Não demorou muito pra moça ir atrás e descobrir que ela realmente estava errada, e eu não precisava pagar o armazenamento. Ponto pra mim.

Na terceira a atendente reclamou que meu pacote estava muito mal embalado. Eu respondi que com certeza não iria abrir se os Correios fizessem o trabalho deles direito ao invés de ficar jogando as encomendar por aí. Ela embalou com mais fita e enviou.

Na quarta, me falaram que eu imprimi o selo de encomenda muito pequeno e que isso não podia. Eu perguntei qual o motivo disso. Não me leve a mal, a impressão estava perfeita, o código de barra dava para ler com perfeição, eu não gosto de aceitar as coisas sem uma explicação razoável. Ela me disse que era o padrão, mas que dessa vez ela iria enviar para mim.

A verdade é que eu odeio os Correios, sempre passo raiva, único lugar que dou barraco, mas eles sempre resolvem o meu problema e acabam me ajudando. Talvez, na verdade, eu seja o inferno de um funcionário do correio e não o contrário.

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