CÉÉÉÉÉÉREBRO
-Você conhece alguém que
já comeu cérebro? - Fábio perguntou.
-Cérebro?
-Cérebro, Jorge. Você
conhece alguém que já comeu cérebro?
-Mas por que isso agora?
- perguntou Jorge, mordendo uma perna que se debatia.
-Ah, você sabe. -
respondeu Fábio dando de ombros. E então mordendo um ombro. - Todos aqueles
filmes em que os zumbis andam por aí atrás de cérebro, e eu nunca vi ninguém
comendo um.
-Não é hora de ficar
pensando em filme. Segura esse cara direito! - reclamou Jorge, que tinha
acabado de levar um chute no rosto.
Fábio fez um esforço para
prender o humano no chão enquanto Jorge dava outra mordida na perna, acertando
uma artéria dessa vez. Sangue espirrou pelo beco escuro enquanto a vítima
passava de “sobrevivente do apocalipse zumbi” a “cardápio do buffet”.
-Agora sim! - comentou
Jorge, a cara apodrecida coberta de sangue. - Vou pegar um pedaço de intestino.
-É disso que eu tô
falando - comentou Fábio enquanto o amigo rasgava a barriga da vítima com uma
dentada. - Tripas são fáceis! Você morde e sai tudo pra fora, mas como é que um
zumbi vai conseguir abrir um crânio no dente?
-Não sei. Por que essa
obsessão agora?
-Eu só acho estranho. -
Fábio comentou enquanto arrancava um pedaço da bochecha do recém-defunto. - Nós
somos conhecidos por um estereótipo que não faz sentido! Como é que um zumbi
conseguiria abrir uma cabeça? Não é como se a gente ainda conseguisse pegar num
martelo nessas condições!
-Inha inhã - comentou
Fábio depois de um tempo.
-Quê? Cara, não fala de
boca cheia! É nojento e não dá pra entender nada!
Fábio engoliu o pedaço de
intestino que tinha na boca e repetiu.
-A Carol, minha irmã. Ela
comentou que comeu o cérebro de um cara uma vez.
-E como foi?
-Foi pura sorte. O cara
caiu ou se jogou da janela de um prédio. Se espatifou no chão e a cabeça abriu
que nem melancia.
-E ela pegou assim do
chão? - perguntou Fábio depois de engolir a língua do cadáver.
-Foi.
-Cara, a sua família não
tem noção de higiene.
-Foi você que começou com
esse papo de comer cérebros!
-Justo. Mas e então? O
que ela achou?
-Não gostou. Parece que o
cara era daqueles que falava “Bolsomito”. Zero valor nutricional, e a coitada
ainda passou umas horas vomitando depois. Eu nem sabia que a gente podia
vomitar depois de morto.
Já que é pra zuar,não sei qual faria mais mal, um cérebro bolsomita ou um cérebro funkeiro(ops, funkeiro não tem cérebro)rs
ResponderExcluirAdorei, apesar de não considerar um conto, mas sim uma crítica nada velada!rs
Beijo
Adorei Bruno!!
ResponderExcluirEu que não ia querer comer nenhum desses cérebros viiu.... pra mim os dois são ruins kkkkk
Amei esse gif!!
Bjs
Bruno!!
ResponderExcluirApesar de um tanto nojentinho, como os próprios zumbis, me acabei de rir...kkkkkkkkkkkk
Como assim a família do cara não tem higiene? Me Senhor... e como essas melecas todas tem higiene?
Adorei!
kkkkkkkkk
“Os lírios não bastam. As leis não nascem das flores. Meu nome é luta, e escreve-se na história.” (Luciana Maria Tico-tico)
cheirinhos
Rudy
TOP COMENTARISTA MARÇO: 3 livros + vários kits, 5 ganhadores, participem!
BLOG ALEGRIA DE VIVER E AMAR O QUE É BOM!
Olá Bruno,
ResponderExcluirMuito bom o seu conto e muito boa a sua crítia, parabéns...arrasou....abraço.
http://devoradordeletras.blogspot.com.br