Tô Pensando em Contos... ( - Shalon!)





( - Shalon!)



O dia amanheceu bonito naquele dia.(– Shalon!) Dona Dalia agradeceu a Deus por mais um dia de vida, por ainda ter saúde, por levantar da cama e ver o sol brilhar.(– Shalon!)
Dona Dalia é uma senhora judianascida na Alemanha com quase 90 anos, muito gentil e amorosa, quase como um bolinho de morango com marshmallow, apesar do seu passado amargo, como um bolo de laranja que passou do ponto no forno, cheio de perdas na segunda grande guerra, ela teve um casamento feliz e sempre mantem o amor externalizado no rosado das bochechas fartas e nos braços rechonchudos que convidam a todos para um abraço maternal.
Nossa simpática senhora depois de rezar pela manhã, veste seu costumeiro vestido branco de flores azuis, que já dizia o seu Raimundo, lembrava o azul de seus olhos, o mesmo azul que o céu lhe copiara.
Ela se agita para arrumar a casa. (– Shalon!) Cuidar da casa, deixá-la limpa, arrumada, cheirosa foi o que lhe restou para fazer. Mas Dona Dalia está imensamente empolgada com a visita que receberá no próximo amanhecer, ela receberá seus filhos, João Roberto, Carlos e Martha, todos adultos deixaram da casa da mãe para tentar a vida na cidade grande e formarem suas próprias familias. (– Shalon!)
Dona Dalia sente muita saudade dos filhos, mas de vez enquando eles a visitam, já seu marido, Raimundo, não pode visitá-la, ele faleceu quando os filhos ainda eram jovens. Ela sempre pensa com carinho no marido e sabe do orgulho que ele sentiria dos filhos que criaram se ainda vivesse, ainda mais dos lindos netos e bisnetos que infelizmente nunca conheceu.
Dona Dalia, nunca foi apaixonada por Raimiundo, mas o amou com carinho, pois foi um marido bondoso que Deus colocou em seu caminho, depois de chegar sozinha ao Brasil, nos farrapos e desesperançada, foi a familia de Raimundo que a acolheu, brasileiros cristãos que acolhia a todos com imenso amor. (– Shalon!) Assim conheceu Raimundo e casou-se com ele, constituindo uma familia abençoada. (– Shalon!)
Ben, o homem por quem foi realmente apaixonada, se perdeu na guerra. Rapaz formoso, alto e imponente que impunha respeito por onde passava.Antes de colocar o seu quepe militar e se perder para sempre, beijou Dalia, jovem rosada e cheia de sonhos.
- Vou voltar Dalia meu amor, acredite.
- A minha fé e minha esperança é grande Ben, mas ainda sim temo esta guerra, temo por você e por mim.
- Você não tem fé Dalia?
- Tenho Ben, eu tenho...
Mais um beijo, e o tom rosado de Dalia dá lugar a um tom mais escuro de um vermelho apaixonante e agitado.(– Shalon!)
Em meio a nostalgia, Dona Dalia assusta-se com o bater na porta.
- Mas o que é isso Dalia? Está parecendo uma velha, assusta-te com qualquer coisa!
Dona Dalia ouve novamente o bater na porta. – Calma que já estou indo, minhas juntas não permitem andar com pressa... Pois não meu jovem em que posso ajudar?
- Veja só se não é minha Dalia! Bom dia meu amor!
- Mais respeito meu jovem! Sou uma senhora viúva e exijo respeito!
- Dalia olhe-me, meu amor! Demorei um pouco, mas estou aqui.
- Olhe aqui você meu jovem! Eu tenho mais o que fazer...
- Eu sei! Dalia, amanhã você receberá seus filhos, netos e bisnetos, mas hoje, meu amor, você precisa me ver e vir comigo. Me veja meu amor!
Dona Dalia já deixando o tom rosa para traz e asumindo tons vermelhos, apertou os olhos para o jovem e fez um pequeno muxoxo, algo realmente relevante, pois seria o máximo de impaciencia que poderia se ver naquela senhora. Virando-se para entrar em casa novamente, ela se depara frente a frente com o jovem já dentro de seu lar sagrado.
- Eu vou gritar, vou chamar a guarda, que falta de respeito... espera!
Olhando com mais atenção, Dalia viu agora de verdade quem estava diante de ti. Ainda tão charmoso como a mais de setenta anos atras, Ben, estava com as mãos estendidas chamando por ela apenas com aquele sorriso gostoso que lhe fazia covinhas nas bochechas e se estendia até os olhos. Com o coração que parecia estar preso nas mãos e sem muito espaço para bater livremente quase lhe doia.
- Mas Ben, o que está fazendo aqui? Você se perdeu na guerra e no tempo, e ainda está tão bonito!
- Dei-me sua mão Dalia.
Sem precisar olhar, Dona Dalia estendeu a mão para Ben e pode sentir o calor que a jovem Dalia, apaixonada tinha, pode sentir todo aquele amor voltar, como se nem ao menos tivesse ido, foi como se Dalia fosse novamente quem um dia foi, mas sem esquecer de nada.
- Pare com isso Ben, eu tenho uma familia! Eles não moram comigo, mas precisam de mim, eles estão vindo e a tanto tempo não os vejo.
- Dalia, eu entendo que você construiu uma linda familia, que você os ama, e lhe garanto que fez um ótimo trabalho, não esperaria nada diferente, mas...
- Mas nada Ben, você veio me buscar?
Dalia apenas via o olhar fraternal de Ben e sentia uma mistura de carinho e angustia, estava diante de ti o seu grande amor juvenil e cada vez mais próxima da perda da familia que amava. Nunca mais os veria? Não lhe era permitido nem ao menos se despedir?
- Dalia meu amor vem comigo!
Ben estendeu os braços para Dalia que o recebeu com um suspiro doce.
Na manhã seguinte o carro de João Roberto com a esposa, filhos e netos estacionou na frente da casa de Dona Dalia, virando a esquina vem o carro de Carlos e sua familia, seguido de perto pelo carro que esta Martha seu marido e filhas.
Todos à frente do portão em festa pelo reencontro muito planejado e Dona Dalia jaz fria, mas com um leve sorriso, está deitada na sua cama de lençois brancos.(– Shalon!)
























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3 comentários

  1. Oi, Renata!!
    Nossa não imaginava que esse conto iria terminar assim, mas achei bem interessante esse conto!! Parabéns!!
    Beijoss

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  2. Renata!
    Pelo menos Dalia morre feliz em seu leito com um sorriso nno rosto...
    Shalon!!
    kkkkk
    Fantático
    “Celebrar o Natal é crer na força do amor, é isto que transforma o homem e o mundo. Feliz Natal!” (Desconhecido)
    cheirinhos
    Rudy
    TOP COMENTARISTA dezembro 3 livros + 2 Kits papelaria, 4 ganhadores, participem!

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  3. Doce fim de uma linda história de amor! E o que li foi isso, uma grande história de amor, prometida e aguardada, mesmo com o passar dos anos e danos...a pobre senhora pôde rever e sentir o amor nos braços do único amor.
    Show!!!
    Beijo

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