#Resenha: 1222

    

Título: 1222

Autora: Anne Holt

Páginas: 303

Editora: Fundamento

Skoob

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     1222 metro de altitude. Um trem descarrilado, Um hotel chamado Finse 1222. Uma ex-policial de meia idade ranzinza. Alguns assassinatos. Essa é a fórmula misteriosa do livro.

"Como apenas o maquinista do trem havia morrido, não se podia chamar aquilo de desastre. Havia 269 pessoas a bordo quando o trem, devido a um fenômeno meteorológico que eu ainda não entendia completamente, saiu dos trilhos e errou a entrada do túnel da montanha Finsenut."Pág. 3

     Um acidente de trem com 269 passageiros no meio de uma terrível nevasca. O maquinista foi a única vítima fatal. Dentre os passageiros, há alguns misteriosos que estão dentro de um vagão que fica separado dos outros. E esses passageiros sãos os primeiros a serem resgatados e levados para um hotel que está sem hóspedes no momento. Os funcionários que correm pela neve para buscá-los. 

     Acompanhamos tudo isso pelos olhos de Hanne, uma senhora que foi traída no seu trabalho. Ela era uma policial e levou um tiro de um colega que a deixou paraplégica. Nesse ponto Hanne me irritou um pouco, pois ela é independente, Ok; mas ela nunca aceita ajuda de ninguém. Algumas vezes chega a ser grossa com as pessoas que querem ajudá-la. 

     Em um momento ela diz: "Não gosto que me empurrem", sabe, isso me perturbou um pouco. Talvez porque tenha tocado no meu calcanhar de aquiles do momento. 

     Caso não saibam, estou momentaneamente numa cadeira de rodas. As pessoas querem ajudar, mas elas não sabem como, e ser grossa com os outros é muito desagradável. Nem sempre quero ser empurrada, mas é só agradecer e sorrir. Sabe aquele ditado maravilhoso dos pinguins de Madagascar? "Sorria e acene", melhor que dar patada.

     Enfim, Hanne é chata pra caramba.

     Continuando, agora de verdade. Logo que todos os passageiros são acomodados da melhor maneira possível, um assassinato ocorre. De um pastor (não comentarei sobre isso). É então que mesmo sem querer, Hanne é colocada para investigar o caso, já que a nevasca só piora e fica impossível do resgate chegar e salvar a todos. 

     

"Se a religião é, como acredito, basicamente um castigo para a humanidade, então não vejo nenhuma lógica , para não falar em decência, em organizar os crentes em algum tipo de classificação por importância."Pág.28

     E é no clima de suspense e investigação que o livro corre por quase todas as páginas. Todos são suspeitos. 

     Agora imagine você ficar presa dentro de um hotel junto com um assassino do qual ninguém sabe quem é. Tenso, no mínimo muito tenso. A sensação de claustrofobia é grande. Eu teria enlouquecido. Aliás, quase enlouqueci lendo.

     

     Preciso falar rapidinho da maravilhosa diagramação feita pela editora. Linda demais! Detalhes em todo início de capítulo, a fonte é ótima, muito confortável para leitura, páginas amareladas e grossas, e  a capa é um escândalo de bonita. Adoro o trabalho da Fundamento... Agora, quanto ao livro... Ele não é o que promete no blurb da capa, não dá para dizer que é uma mistura de Stieg Larsson e Agatha Christie. Definitivamente Anne Holt tem sua própria voz e nada tem a ver com outros autores. Sua escrita é sarcástica e misteriosa ao mesmo tempo. 

     Não é o melhor livro do gênero que li no ano, mas é muito bom e merece ser lido por todos que curtem livros policiais!

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