Título: Quando é Inverno em Nosso Coração
Autor: Américo Simões
Páginas: 352
Editora: Petit
Resenhado por: Amanda Pampaloni Pizzi
Este
é um romance espírita, portanto acho bom avisar de antemão, já que quem não
compartilha ao menos das bases dessa Doutrina, pode não gostar da leitura (o
que não impede ninguém de se aventurar, de modo algum).
Nesta
história de Américo Simões pelo Espírito Clara, narrada em 3ª pessoa e passada
na Europa de 1880, vamos conhecer Clara e Amanda Bellmonte, duas irmãs órfãs e
lindas, com físicos e personalidades distintos, mas que se amam e protegem com
unhas e dentes. O pai delas, Ernest, é um homem duro de se lidar e prometeu a
mão de Clara, a mais velha das duas, em casamento desde o berço ao filho de
outro aristocrata. Raphael Monie é o nome do rapaz, que quando conhece Clara,
se vê apaixonado à primeira vista, sentimento que não é retribuído pela moça,
cujo coração é de Raymond Trust, um empregado da casa, com quem convive desde
menina, tendo seu amor correspondido. Porém, Amanda se apaixona por Raphael...
Meredith
e Gregori são os pais de Raphael e Charlotte. A mãe é bastante paciente e
submissa (algo compreensível para a época); o pai só pensa em dinheiro, já que
é um agiota, impiedoso e insuportável, e os filhos são mimados, sendo que
Charlotte chega à beira da futilidade. Clara também é bastante submissa,
tomando decisões que chegam a irritar o leitor. O amor que Raphael afirma
sentir por ela rapidamente vira obsessão e, numa guinada do destino, tudo pode
(e irá) mudar.
O
romance aborda de forma didática (até demais, e bem evidente) as questões relacionadas
ao Espiritismo, as consequências de nossos atos e como tudo é encadeado e pode
vir a se solucionar, seja nesta vida ou daqui a dez reencarnações. Só que algo
meio indefinido me incomodou na maneira como coisas abomináveis, como estupro e
rapto, apesar de não serem aprofundadas e sim mostradas de uma forma mais
sutil, foram resolvidas. Talvez (ou muito provavelmente) eu ainda não tenha
atingido um grau de evolução suficiente para perdoar tais atos, mesmo sendo
kardecista.
Por
falar nisso, não comprei muito o fato do Espiritismo ser tão mencionado na
década de 1890, se minhas contas não falham, já que ainda era uma Doutrina
muito nova, codificada por Kardec entre 1857 e 1868. Porém, não estou
duvidando, até porque foi inserida de uma maneira sem arestas. Só acho difícil
que tivesse tal força à época.
Foi
um leitura OK, mas sempre acrescenta algo em nossas vidas. No meu caso, foi
importante para relembrar que tudo tem uma razão de ser, por mais que não
entendamos conscientemente. Além disso, os sofrimentos são provas ou expiações
pelos quais passamos e, não importa se a pessoa é linda por fora, isso não
significa que o seja por dentro, ou que não tenha sido alguém que cometeu
graves erros em vidas passadas. Não devemos cultivar o ódio ou buscar por vingança,
pois o maior prejudicado é sempre aquele que comete algum deslize ou se deixa
envenenar por esses sentimentos ruins.
Algo
interessante de mencionar é o fato de os considerados suicidas não serem
somente aqueles que se matam com armas ou tomando remédios. Uma pessoa que não
cuida de sua saúde, come alimentos que lhe trazem malefícios, fuma, bebe, está
deteriorando o seu corpo físico, encurtando sua vida terrena, e também será
considerada suicida. Por mais que eu saiba disso, é difícil resistir aos salgados
fritos e chocolates, rs.
Possui
um ou outro erro de revisão/digitação, mas nada que incomode demais. Recomendo
para quem esteja começando com leituras deste tipo, já que é bem explicativa.
Frases
Marcantes
“ – Deve ser por esse motivo que a afastamos de nós. Inconscientemente, é claro. Somos nós que fugimos da felicidade, por temê-la, e não ela que foge de nós, por pirraça.” – pág. 12
“ – Para que o ciclo se realize. Uma estação nos faz apreciar melhor a outra. Tal como o claro e o escuro, o amargo e o doce. Se não experimentarmos o oposto, não poderemos apreciar realmente as coisas. Creio que o equilíbrio do ser humano acontece quando ele aprende a lidar com os dois lados de tudo, quando aprende a viver as quatro estações dentro do seu coração.” – pág. 13
“Que ele lembrasse que por trás de um físico bonito e atraente havia um espírito carregando consigo as marcas do que vivera noutras vidas. E que essas marcas abriram os caminhos que ele agora havia de trilhar, e no final de cada caminho havia sempre uma libertação, uma transcendência, uma evolução, uma purificação da alma.” – pág. 83
“E pôde compreender finalmente que estender de fato a mão ao próximo, ser mais humano, solidário e prestativo para com ele são as joias mais caras e mais raras que se pode usar para tornar-se belo. Joias cujo brilho é de fato um brilho intenso e verdadeiro. Maior que qualquer diamante mais raro e caro do mundo material.” – págs. 158/159
Bem, já li inúmeros romances espíritas ate me cansar deles..rs
ResponderExcluirNão saem da mesma linha e eu acabava achando cansativo e repetitivo.
Não conhecia este livro acima, mas gostei do que li. Estes triângulos amorosos sempre trazem algo para acrescentar sim, ainda mais quando falam sobre isso de suicídio. Sim, nos matamos lentamente e diariamente quando nos machucamos de alguma forma.
Vou por na lista de desejados!
Beijo
Gostei bastante da resenha do livro, acho que nunca li nenhum livros com o tema do espiritismo, a estória parece ser bem interessante!! Sem dúvida é uma ótima indicação.
ResponderExcluirBjoss
Oi. Muito boa a resenha, como todas que leio aqui, parabéns! Só não curti esse lance de o livro ter erros de digitação ou revisão, mesmo que sejam poucos como você falou. Sei lá, isso me dá um desânimo... Esse livro vou deixar passar. Mas sua resenha está impecável!
ResponderExcluirOi!
ExcluirFico contente que tenha gostado da resenha! =)
Eu sou bem rígida com os erros de digitação e revisão, difícil algo passar batido por mim, mas não está nada gritante e insuportável. Quando for o caso, pode ficar tranquilo que eu aviso! Rs
Oi, Amanda!
ResponderExcluirAchei interessante o fato de o livro abordar o espiritismo, é um tema meio difícil de se encontrar nas leituras por aí...
Beijos,
Isa
http://viciadas-em-livros.blogspot.com.br/
ja faz muito tempo que eu não leio nada envolvendo essa doutrina religiosa, mas me agradou demais o enredo
ResponderExcluirhttp://felicidadeemlivros.blogspot.com.br/
Olá!
ResponderExcluirCurto bastante os livros da editora, com este não seria diferente, achei lindo o enredo, qro conhecer com toda ctz!
Bjs!!
Oi, Amanda!
ResponderExcluirAdorei a sua resenha e já anotei a dica!!
Sempre gosto de incluir um romance espírita na minha lista de leituras!!
beijos
Camis - blog Leitora Compulsiva
Oi, Camila!!
ExcluirObrigada pelo comentário! <3
Boas leituras!!
Beijos.
Amanda!
ResponderExcluirGosto muito de ler romances espirtitas, porque sempre trazem grande entendimentos dos porquês sobre nossa vida na atualidade, diante das nossas vidas passadas.
Mês passado li um livro romance espírita psicografado e gostei muito.
Gosaria demais de poder acompanhar esse drama.
“Conhecimento sem transformação não é sabedoria.” (Paulo Coelho)
Cheirinhos
Rudy
TOP COMENTARISTA DE SETEMBRO 3 livros, 3 ganhadores, participem.