#Resenha: Arco de Virar Réu

    

Título: Arco de Virar Réu

Autor: Antonio Cestaro

Páginas: 151

Editora: Tordesilhas





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     Estou há dias e dias tentando arrumar um jeito de me expressar, de falar sobre este livro, mas sinceramente acho que não vou conseguir dizer o suficiente, porém, prometo tentar.


"Sair de casa com uma missão definida é a melhor tática que aprendi para transitar entre a cabeça e o mundo."
Pag. 120


     Nosso protagonista, um historiador que é especialista em índios tupinambás e que tem uma grande obsessão pelos costumes e rituais indígenas, com ênfase para os canibais... Enfim, é este homem que nos conta sua história.


"Bagagem bem ajeitada, de capricho calculado por um pai disposto a levar para as férias, além das exigências comuns das viagens, um plano futuro de rupturas no nosso diminuto clã."
Pag. 16


     Nosso narrador vem contar suas desgraças e dores se se intimidar.

     Neste dolorido monólogo iremos conhecer as dificuldades de ter um pai ausente, uma mãe alcoólatra, um primo viciado em drogas e Pedro.

     Pedro, o irmão mais novo do protagonista é diagnosticado com esquizofrenia bem cedo, e isso interfere profundamente na vida de todos, principalmente na do nosso narrador.


"A conveniência de aceitar o Pedro naquele tipo de comportamento disfarçava o preço que se acumulava para o futuro."
Pag. 20


     O problema é que Pedro vive em um mundo só dele e diz muita coisa desconexa. Seu irmão tenta encontrar algo de real nessas falas, algo que ligue sua realidade com a dele; e este é o começo do fim da sua sanidade.

     Não foi fácil estar na mente de um personagem que começa são e vai tornando-se esquizofrênico. Pois, o leitor tende a fazer com que ele veja a realidade à sua frente, mas ele é mais forte e leva o leitor para a obscuridade da sua loucura.


"Tenho uma vantagem: ouço vozes que me orientam, e a instrução é para que eu fique atento aos movimentos da Carolina."
Pag. 73

     Em alguns momentos a doença parecia bem propícia, como uma tábua de salvação para os problemas. Já que a mente está em outro lugar, fica impossível entender o que acontece. Se você não vê o problema, talvez ele nem exista.

     "Arco de Virar Réu" é mais que só um livro de ficção; é uma narrativa poética e visceral, escrita como se fosse um monólogo, mas não; ele toca o coração e a mente do leitor de forma única. Apesar de ser um livro curto, não é de leitura rápida, pois suas palavras devem ser digeridas de forma lenta para que cada palavra possa ser absorvida e que tudo que há nas entrelinhas possa ser entendido.


"... não fazia mais do que ouvir para não me envolver em outra armadilha que a esquizofrenia alheia podia estar conspirando para me manter cativo naquele movimento de insanidade que se alargava a cada volta, ampliando suas consequências na minha história."
Pag. 37


     Terceiro livro que leio do autor. Terceira vez que me apaixono por ele.

     Um livro adulto para leitores que gostam de se envolver com o personagem e mergulhar em sua mente.


"Você vive dentro da sua cabeça. Você não vive no mundo."
Pag. 112
























6 comentários

  1. Eu amo esse tipo de leitura complexa, que nos coloca literalmente dentro de um mundo desconhecido. Acho isso fantástico!!
    Ainda mais quando se trata de um doença ainda pouco conhecida, com suas limitações e claro, o mistério!!
    Lista de desejados!
    Beijos

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  2. Caramba, deve ser bem complexo "entrar" na mente de um esquizofrênico, fiquei muito interessada por esse fato, já quero muito ler. Adoro leituras assim, que prendem, que a gente tem que parar e digerir o que está acontecendo.
    Mais um pra listinha de compras <3
    Beeeijos!
    Livros, Amor e Mais

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  3. Oii Lelê!
    Gostei mto, já tinha lido apenas uma resenha sobre ele, agora me surpreendi mai ainda, preciso conferir as obras do autor que passei tanto á admirar...
    Resenha tá mto boa, parabéns!
    Bjs!

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  4. é bem bacana quando um livro consegue fazer a cabeça da gente virar desse jeito, deixar sem saber o que pensar, como pensar, tirar o fôlego!
    tenho uma certa saudade desse tipo de leitura
    felicidadeemlivros.blogspot.com.br/2016/07/divulgacao-rifa-solidaria.html

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  5. Olá, Lelê.
    Os monólogos perdem em ação, mas ganham muito em profundidade, beleza e aprofundamento psicológico. Se bem feito, vale a pena apostar no monólogo. Pelo visto, o autor soube fazer isso muito bem. Tanto que ao ler a sua resenha eu só conseguia pensar em como eu quero esse livro. rs

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  6. Oi!
    Sua resenha, como sempre, muito bem elaborada. Não conhecia esse livro. Mas apesar de suas palavras motivadoras, não me senti atraída pela leitura. Mas imagino que seja um livro reflexivo e com uma leitura um pouco complexa. Passo a dica. Obrigada. Beijos.

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