Seria um texto visceral, profundo
e quase insano. Inalcançável para mentes pequenas, com referências sutis e
construídas com perfeição. Um parágrafo se ligaria ao outro com beleza élfica;
imagens impactantes passariam pelos olhos da imaginação dos mais argutos, os
preencheriam com todos os sentidos e depois os deixaria vazios, não como se
quisessem mais, mas como se nada mais precisasse ser dito sobre absolutamente
nada, porque meu texto seria universal, sublime, completo.
Claro que não pensei nada disso.
Só levantei e disse “é isso aí, vou escrever um bagulho do caralho hoje”.
Ou então melhor, seria um ataque
fino e quase pedante aos comportamentos sociais; somente as mentes mais
venenosas e críticas poderiam chegar ao pé de sua completa compreensão. Meu
texto seria árduo e desditoso, que dividiria opiniões: de um lado, os que me
amariam, usariam meus argumentos a partir dali, me procurariam desejando por
amostras maiores de minha inteligência. Do outro lado, invejosos cheios de ódio
e mesmo assim viciados em cada linha. Os indiferentes seriam apenas uns tolos,
imaturos demais para semelhante obra.
Mas é claro que o melhor que pude
fazer foi ficar mastigando: “poxa, queria escrever tipo um conto ou tipo uma
reflexão tipo muito louca, sacou?”.
Não, então era isso: havia de ser
uma passagem apenas. Um excerto brindando a modernidade apressada, lacônica e
urgente. Uma genialidade sem rodeios e com alguns termos enganosos – mas que
importa? Ninguém pesquisaria coisa alguma mesmo.
Sobre isso, pude apenas dizer:
“vish”.
Oras, por que não algo simples?
Escreverei o que já sei, vou encher uma página com coisas vazias e que não
preenchem nada a não ser o tempo de quem busca um entretenimento besta.
Mas deu uma puta preguiça. Alego
incompetência e vou arrumar o que fazer.
Bom dia.
Ah....rs
ResponderExcluirUma cena do cotidiano impressa na tela? Pow..rs
Então tá...mas fiquei meio que esperando, esperando..e?
Beijo
Achei engraçado kkkkkkk
ResponderExcluirNão entendi muita coisa mais, achei criativo um ato de expressão vamos dizer, belas palavras descritas como se estivesse preparando para escrever um livro bem profundo maravilhosamente bom.
Até mais!!
Oii Allana! Mto bom o conto de hoje, detalhando cada vez mais a 'incompetência' diária...
ResponderExcluirAdorei!
Bjs
Ai Deus xD
ResponderExcluirGostei, muito legal. E às vezes quando tento escrever alguma coisa bate uns pensamentos assim. "Ah vou fazer algo bom demais." Só que não. "Espera, vou fazer assim e cheio de referências." Só que não. "Ah, deu preguiça. Vai o que sair." E por aí vai.
E não sai nada e acabo caçando outra coisa pra fazer. Ai ai...
Estou aqui pensando o que escrever sobre esse conto mais o que posso escreve?!!
ResponderExcluirNa verdade nada!!
Então até a próxima.
:))))
Beijoss
Gostei do texto kkkkk me fez dar umas boas risadas. Realmente nem sempre acordamos sabendo o que escrever quando queremos. Mas mesmo assim seu texto ficou muito legal, adorei.
ResponderExcluirAbraços :)
somos muito assim, sempre protelando, nos julgando incompetentes!
ResponderExcluirhttp://felicidadeemlivros.blogspot.com.br/
Nossa, me identifiquei demais com o seu texto. Ri um pouco e fico pensamento exatamente isso quando quero escrever alguma coisa, e a gente sempre acaba deixando as ideias adiante.
ResponderExcluirUm abraço!
http://paragrafosetravessoes.blogspot.com.br/
Allan!
ResponderExcluirPor vezes só o que precisamos é colocar nossos sentimentos, mesmo aleatórios e 'incompetentes' e acaba saindo um texto rido e cheio de reflexões pessoais.
“Conhecimento sem transformação não é sabedoria.” (Paulo Coelho)
cheirinhos
Rudy
http://rudynalva-alegriadevivereamaroquebom.blogspot.com.br/
TOP Comentarista de OUTUBRO com 3 livros + BRINDES e 3 ganhadores, participem!
Alana, adorei o conto!
ResponderExcluirMuitas vezes me sinto exatamente assim ao escrever. haha
Traduziu minha expressão diária com esse conto.
Desbravador de Mundos - Participe do top comentarista de outro. Serão dois vencedores, dividindo 5 livros.