Resenha: Os Três

Título: Os Três

Autora: Sarah Lotz

Páginas: 393

Editora: Arqueiro




COMPRE AQUI: BUSCAPÉ










     Diferente do que eu imaginava. Um pouco confuso, mas muito viciante.

"A aeronave cai, mãos gigantescas apertam

seus ombros para baixo e seu estômago

parece ser forçado contra a garganta."

Pag. 6

     Um livro dentro de outro livro. Uma biografia dentro de um livro de ficção. Assustador.

     Elspeth Martins faz uma grande pesquisa e muitas entrevistas com todas as pessoas ligadas ao caso da Quinta-Feira Negra. 

     Dia 12 de janeiro de 2012 é o dia da tragédia. Quatro aviões caem em pontos diferentes do mundo. Somente três crianças sobrevivem, uma em cada avião. Uma quarta criança pode ter sobrevivido também, mas ninguém sabe onde ela está e se isso é verdade.

     

"Mas ninguém poderia ter previsto a 

cadeia macabra de acontecimentos

que viria em seguida ou a rapidez

com que iriam se desdobrar."

Pag. 15

     As crianças resgatadas são levadas de volta para suas famílias. E os relatos contados aqui são dessas pessoas. Momentos vividos por elas ao lado dessas crianças que após os acidentes nunca mais foram as mesmas.

     Além disso, um grupo de religiosos fanáticos acreditam que as crianças estão ligadas aos Quatro Cavaleiros do Apocalipse, e trazem com elas o fim do mundo. Outros tão fanáticos quanto, acreditam que as crianças estão servindo de hospedeiros para alienígenas. Em certo momento eu acreditava que as crianças estavam possuídas mesmo, rsrsrs. Ou não, poderia ser só o trauma do acidente. Talvez? Ou não?

     Enfim, também vamos acompanhar algumas conversas de chats e mensagens trocadas no computador. É um mosaico, um quebra-cabeça que o leitor vai montando. 

     Em um certo ponto dá pra entender que Elpeth moldou sua história como queria. Assim como muitos jornalistas fazem. Mexer numa conversa para que ela fique do jeito que ele quer. O que Elspeth quis com isso fica para interpretação de quem está lendo. Será que ela queria mostrar o quanto mal fez o pastor? Ou os americanos?  Ou,... São tantas perguntas que só serão respondidas no decorrer da leitura.

     

"EK: Então digamos que elas estejam

possuídas. As crianças verdadeiras ainda

estão dentro dos corpos? Nesse caso

deve estar apertado lá dento, certo?"

Pag. 159

     O que dá pra perceber é que com o lançamento do livro de Elspeth a vida das famílias virou um inferno. E tudo isso é muito real. Aliás, o livro é tão real que assusta.

     Para enfatizar isso, a editora enviou junto com o livro um recorte de jornal com as fotos dos acidentes dos aviões e as matérias contando como e onde aconteceram. Já deu pra entrar no clima antes mesmo de iniciar a leitura.

     A história em si não é assustadora. Isso era o que eu esperava, mas não foi o que encontrei. Por ser uma biografia fictícia, eu li o livro como se estivesse lendo mesmo um livro biográfico.

     Somente no final que deu um leve friozinho na barriga. O final com algumas pontas soltas ficou perfeito. Claro. Não teria como Elspeth ter acesso a tudo o tempo todo. Entendi completamente isso. 

     Vi muitas pessoas criticando o final. Mas gente!! Tente se imaginar na pele da Elspeth. Teria como ela saber de tudo?? Não!! Ela contou o que descobriu. Do jeito dela, às vezes até meio torto, mas foi o que ela achou que era certo.

     Só pra constar, adorei o que aconteceu com as crianças, rsrsrs. Achei justo, válido e correto!! De acordo com tudo que aconteceu durante os meses que se passaram depois da Quinta-Feira Negra, achei que foi o melhor que poderia acontecer.

     Não vou dizer o que foi, não se preocupem. Vocês terão que ler pra saber o que estou falando.

"Um pastor empreendedor abriu o primeiro

centro de batismo drive-thru em San Antonio,

onde, pelo preço de um MacLanche Feliz, 

você pode garantir seu lugar no céu."

Pag. 282

     A capa é uma das mais bonitas que já vi da Arqueiro, assim como o trabalho como um todo. O corte em preto deu um ar todo especial ao livro, lembrando a caixa preta do avião. Todo o cuidado com os detalhes durante as passagens entre uma entrevista e outra também fizeram a diferença. 

     Gostei da leitura!! Recomendo para quem gosta de suspenses leves.