#Resenha: As Sobreviventes

Título: As Sobreviventes

Autora: Riley Sager

Páginas: 336

Editora: Gutenberg

   

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     Por mais que eu tenha visto resenhas, nada me preparava para a escrita viciante da autora. Melhor do que a trama e seus personagens, Riley Sager sabe como escrever de forma que prenda o leitor, que o deixe  com ódio, nojo, raiva... E por fim, chocado com seu plot twist final.

"Eu era uma espectadora tanto quanto as pessoas ávidas por consumir minhas entrevistas como se fossem uma guloseima."Pág. 29

     A história é narrada por Quincy, e é por ela que vamos descobrir tudo que houve com as outras duas garotas conhecidas como Remanescentes. Porém alguns capítulos vem intercalando sem aviso prévio contando o que aconteceu no passado de Quincy, passado esse que ela não se lembra, ou não quer se lembrar. 

     Tudo começa quando Quincy ainda é uma formanda que foi passar o final de semana num chalé com seus amigos. O Chalé Pine fica no meio do nada, mas ao lado de um hospital psiquiátrico, um manicômio mesmo.

     Durante a madrugada uma tragédia ocorre no chalé. Todos morrem, menos Quincy. Todos, inclusive o fugitivo do manicômio... Só Quincy pode dizer o que aconteceu ali, mas ela não se lembra de nada. 

     A partir deste dia ela passa a ser uma das três Garotas Remanescentes, que são três garotas que passaram por tragédias semelhantes em que morreram várias pessoas e só ela sobreviveram. Apesar de toda a mídia querer juntá-las para fazer mais polêmica, tanto Quincy quanto Sam não fazem questão nenhuma disso, somente Lisa que mantem contato telefônico com ambas.

"Éramos, vai saber por que razão, as sortudas que tinham sobrevivido a eventos em que ninguém mais resistira. Belas garotas cobertas de sangue. Como tal, éramos cada cada uma de nós, tratadas como algo rato e exótico."Pág. 22

     Dez anos depois, Quincy tenta levar uma vida normal. Tem um namorado que mora com ela e consegue manter um relacionamento morno e estável. Trabalha em casa como confeiteira e administra um blog de sucesso direcionado a confeitaria. Tudo anda relativamente bem até que a morte de Lisa chega como uma avalanche derrubando todo aquele clima de sossego que ela achava ter.

     Abalada emocionalmente, Quincy não consegue se abrir totalmente para o namorado, e como não tem amigos, fica mergulhada num mar de sentimentos ruins, até que chega na sua porta uma garota um tanto destrambelhada se apresentando como Sam, a outra garota remanescente. Somete Sam consegue entender o que se passa na mente de Quincy, e sem pensar duas vezes, ela coloca a desconhecida pra dentro da sua casa; no início por uma noite, mas isso se estende e estende...

     É aí que a autora consegue mexer com o imaginário do leitor. Alguns dirão que Quincy é burra, ou deve alguma coisa, ou tem medo; pois Sam faz o que quer com ela. Outros dirão que Sam é a vilã, ou vítima... como a história é narrada por Quincy, será que tudo que ela diz fazer por culpa de Sam é realmente verdade? Será que ela não está  querendo que o leitor pense isso? Imagine exatamente o que ela quer que a gente imagine?

     Cada linha é importante para que o leitor entenda o que se passa na mente dessas duas mulheres perdidas de forma diferente. 

     Fiquei tão ligada na história que já tinha em mente quem era realmente o culpado por tudo, mesmo assim eu amei a forma como foi enfim finalizada a história dessas garotas sobreviventes.

     Gosto de histórias bem escritas e personagens que podem me deixar sem dormir, e este livro tem essas duas qualidades. Realmente adorei!!

     A capa e a diagramação estão ótimas, simples e diretas como deve ser. A fonte usada é muito confortável, principalmente para quem vai devorar o livro na madrugada, isso é essencial para que não canse e aguente o tranco das mais de trezentas páginas enlouquecidamente. 

     Eu recomendo muito a leitura!! Amei mesmo!!

     Aqui abaixo vou deixar um trecho pra vocês lerem, sério, duvido não querer continuar.