#Resenha: Uma Dobra no Tempo

Título: Uma Dobra no Tempo

Autor: Madeleine L'engle    

Páginas: 240

Editora: Harper Collins Brasil

Skoob

AMAZON, BUSCAPÉ, LIVRARIA DA FOLHA, CULTURA

 

     Não só é difícil definir o gênero deste livro, como é muito difícil falar dele. A vontade é ficar dizendo pra vocês lerem sem parar. É tão genial e importante para a história, para a literatura... é um livro tão rico de detalhes, de personagens incríveis, de beleza... e é um clássico que foi lançado em 1962, mas escrito muito antes.

     Ficção científica para jovens adultos, com certeza é um ótimo livro para ingressar na leitura de ficção científica, uma porta de entrada perfeita diga-se de passagem.

     Em "Uma Dobra no Tempo" vamos conhecer inicialmente a família Murry, composta por uma garotinha chamada Meg, que sofre bullying por ser "diferente" das outras meninas. Não tão bonita, um pouco nervosa demais, esquentadinha, e nem tão inteligente assim... tudo isso ela acha que os outros pensam dela. Porém, o que ela não diz é que é um verdadeiro gênio da matemática.

     Seu irmão Charles Wallace é um menino mais do que impressionante, ele é inteligentíssimo, assustadoramente genial, ele não só está acima da média, digamos que ele ultrapassou a média em inúmeros graus... deixou a média muito para trás. Ele tenta não demonstrar o quanto é inteligente, mas é fácil para o leitor perceber isso. Ainda mais observando isso pelos olhos de Meg.

     Eles ainda tem mais dois irmão gêmeos que parecem ser muito diferentes de Meg e Charles, são, talvez, "normais" digamos assim. Pelo menos nesse primeiro livro da série. Não posso garantir nada nos outros.

     A mãe é uma cientista carinhosa e que morre de saudade do marido que desapareceu. Ele viajou para realizar um "trabalho". No início ele enviava muitas cartas, mas depois simplesmente parou. 

     Ela está sempre dizendo para os filhos que o pai vai voltar, e não liga muito para o que os outros dizem sobre isso.

" - Sr. Jenkins, o senhor conhece minha mãe, não conhece? O senhor não pode acusá-la de não encarar os fatos, não é? Ela é cientista. Ela tem doutorado em biologia e em bacteriologia. O trabalho dela é lidar com fatos. Quando ela disse que o Pai não vai voltar pra casa, eu acredito. Enquanto ela disser que o Pai vai voltar, é nisso que eu acredito."Pág. 31

     Já Meg sofre as consequências desse desaparecimento. Aguenta os vizinhos e colegas dizendo que o pai foi embora com outra mulher, que se mandou, que isso, que aquilo... e ela sofre demais.

     Até que em uma noite chuvosa Meg vai à cozinha fazer um lanchinho e encontra seu irmão Charles Wallace esperando... eles conversam um pouco e logo a mãe se junta a eles. Tudo parece tranquilo. Até que chega a Sra. Quequeé. E nada mais será igual à partir daí.

     Logo depois entra na história o menino Calvin, também diferente dos seus outros onze irmãos, ele sente que a casa dos Murry é sua também. 

     Salvar o pai e trazê-lo para casa parece ser a missão dada pela Sra. Quequeé para os meninos, mas isso seria simples demais para uma fantasia/ficção científica.

     E é aí que descobrimos que o "tesserato" exite mesmo!!

     Junto deles vão também a Sra. Qual e a Sra. Quem... E isso é genial!

     Eu não sei nem dizer onde é que está a genialidade maior deste livro, onde está aquele personagem que ganha o leitor, onde acontece uma virada que faz perder o fôlego, onde foi que me apaixonei. Tudo aqui é tão incrível que fica difícil enumerar e citar.

     Nas entrelinhas lemos sobre política, família. amigos, dificuldade de socialização, e religião.

     Sobre a religião, em certos momentos eu achava que o livro era muito religioso, já em outros eu entendia que não era e que na verdade ele era contra isso... ou seja, é uma história que te fará pensar e chegar as suas próprias conclusões em relação a isso. No que você acredita mesmo e no que pode ser mentira. 

     Mas principalmente o livro fala de amor, do amor que Meg tinha pelo pai e pelo irmão (e isso fará toda a diferença no final do livro). 

     Não é um livro difícil de ler, nem tampouco cansativo. É gostoso demais se aventurar por essas passagens temporais todas. Muitas vezes assustador, mas na maioria é bem divertido.

     Meg é uma protagonista que ainda tem muito a ensinar, muito para mostrar, e eu estou doida para revê-la logo!! 

     Super recomendo a leitura para os fãs de ficção-científica, aventura e YA, vocês irão amar!!

     A edição da HarperCollins é incrível!! Digna de um verdadeiro clássico. Capa dura, diagramação rica e decorada. Um sonho tê-lo na estante!! 

     Amei e está mais do que recomendado!!

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