Resenha: Psicose

Título: Psicose

Autor: Robert Bloch

Páginas: 237

Editora: Dark Side Books



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     Taxidermia, psicopatia, suspense, angustia, neurose. Tudo isso e mais algumas coisas eu encontrei neste livro.

"Mary começou a gritar. A cortina se

abriu mais e uma mão apareceu, 

empunhando uma faca de açougueiro.

E foi a faca que, no momento seguinte,

cortou o seu grito.

E a sua cabeça."

Pag. 53

     Norman Bates, o dono do Motel Bates era um homem estranho, nunca saía do Motel, a não ser que fosse estritamente necessário. Vivia sozinho. Suas únicas companhias constantes era o wisky e sua 'Mãe'.

     Um homem fechado, nada adepto a novas amizades, muito gordo e sinistro.

"Como eles conseguiam preservar o cadáver

para evitar o apodrecimento? E que espécie

de mentalidade poderia conceber

uma ideia dessas?"

Pag. 16

     A história realmente começa quando a apaixonada Mary resolve roubar o dinheiro da empresa que trabalha para ajudar o noivo e finalmente se casar.

     Mas Mary se perde nas estradas e vai procurar abrigo no Bates Motel.

     Quando Norman vê a linda e sedutora Mary ele praticamente enlouquece. Fica tímido e nervoso. Mas é quando a conversa entre os dois começa a fluir que Norman dá início a sua loucura, voyerismo e sua personalidade é alterada.

     Sua 'Mãe' não admite vadias por perto atentando seu filho. Então 'ela' mata a apaixonada Mary.

"O dinheiro não a ajudaria, e Sam não a

ajudaria, porque ela errara o caminho e

estava numa estrada desconhecida.

Não haveria ajuda - ela cavara sua 

própria cova e agora tinha de deitar-se nela."

Pag. 38

     Uma semana depois, Lila, a irmã de Mary, chega na casa de Sam, o noivo de Mary, atrás de informações.

     Sam nem imagina onde sua noiva está.

     Então a investigação começa.

" "Afinal de contas, que fim de mundo é esse?",

resmungou ela. "Assaltam um banco e o 

xerife está na igreja. O que está fazendo,

rezando para que alguém capture 

os ladrões para ele?" "

Pag. 164

     E nessa fase é que vamos conhecer mais cada um dos personagens, suas motivações, certezas e obsessões. 

     "Psicose" é narrado em terceira pessoa, mas sua narrativa é inigualável! Mesmo sendo pelo ponto de vista de quase todos os personagens, o autor consegue inserir o leitor na trama de um jeito incrível. É como se eu estivesse assistindo ao livro. As imagens se formam na mente só de ler as palavras.

     Eu assisti o filme várias vezes, acho o Hitchcock um gênio, mas nada se compara a assistir o livro.

     A cena do chuveiro é melhor no filme, claro, tem o toque do diretor, mas acho que foi só. O Normam do livro é bem mais assustador.

     As conversas de Norman com sua 'Mãe' são alucinantes.

"Agora não adiantava chorar sobre o 

leite derramado. Ainda que não

tivesse sido leite."

Pag. 131

     E tem mais. O final... Que final!!!

     Fiquei chocada, embasbacada, passada.

     É uma verdadeira obra de arte! Aliás, a edição da Dark Side Books ajudou muito a transformar o livro numa obra de valor inestimável na minha estante.

     Com uma revisão perfeita e uma diagramação rica em desenhos e fotos, a editora conseguiu melhorar o que já era um clássico do suspense.

     A capa traz a foto de uma das cenas mais conhecidas do cinema mundial: A famosa "cena do chuveiro", uma das minhas preferidas.

     O livro se torna viciante logo na primeira página. Leitura de um dia, mas de aturar ressaca literária por dias depois. Pois mesmo depois de terminar e começar outro, o Norman fica voltando e visitando meus pensamentos.

     Nem preciso dizer que amei muito, né?

     O livro se tornou um dos meus favoritos. Um Verdadeiro Clássico do Suspense com tudo o que tem direito!!

     Leia! Leia muito! Leia sempre!!