#Resenha: Vox

   

 Título: VOX

Autora: Christina Dalcher

Páginas: 319

Editora: Arqueiro

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     Já terminei essa leitura há um tempo, mas não sei o que dizer. Eu sei, mas é como se estivesse preso na garganta como um nó. Um nó que foi realmente amarrado com força e precisa ser solto, mas é necessário uma grande rebelião dentro de mim para que o grito saia e eu consiga te convencer a ler este livro. Porque quando eu começar a falar dele, eu vou querer que você leia e venha dividir essa experiência comigo.

" - O curso de estudos religiosos é novo. Eles ofereceram a todo mundo, até aos calouros. Acho que ano que vem vão colocar na grade regular - explica ele da cozinha. - Bom, isso significa que não vai sobrar tempo para biologia ou história esse ano."Pág. 17

     Num futuro muito presente, a população está muito insatisfeita com o governo. Várias manifestações vem ocorrendo, inclusive de um grupo formado por mulheres. Ao mesmo tempo que isso acontece, uma "bancada" religiosa está se fortalecendo. Não pense que estamos falando do nosso país, a autora não é brasileira. Toda a semelhança é mera coincidência. 

     Jean é mãe de quatro filhos, mas na juventude, antes mesmo de se casar, ela tinha uma amiga que era super engajada na política e essa amiga estava sempre dizendo pra Jean o quanto é importante cobrar, saber, discutir... Mas ela não se interessa mesmo pelo assunto. Ela, como muitos acham, não pode fazer nada. 

     Mas pode.

"E minha culpa não começou quando assinei o contrato de Morgan na quinta-feira. Minha culpa começou há duas décadas, na primeira vez em que não votei, nas vezes incontáveis em que disse a Jackie que estava ocupada demais para ir a uma das suas passeatas, fazer cartazes ou ligar para meus congressistas."Pag. 215

     Um pastor religioso assumiu o governo, e tudo foi mudando aos poucos e nada do que aquelas mulheres faziam dava resultado. As mulheres foram sumindo do governo e os homens foram tomando o poder de tudo. 

     Tudo vai sendo explicado quando Jean se lembra do que aconteceu no seu passado, e os sinais que estavam surgindo. 

      Jean, é hoje uma neurocirurgiã que foi dispensada do trabalho porque é mulher e as mulheres foram obrigadas a tornarem-se donas de casa e mães. Além disso. braceletes foram implantados em todas as mulheres, mesmo as crianças. Esses braceletes - que eles ao menos deixaram que elas escolhessem a cor! - são na verdade contadores de palavras. Elas só podem falar 100 por dia; Nada além disso. 

      O livro é feito de plots atrás de plots. Vários vilões vão passando, alguns deixam de ser vilões, outros fingiam ser vilões, mas na verdade são aliados. E tem aqueles que são cegos por poder. 

     A protagonista está longe de ser uma heroína, ela tem defeitos, faz besteiras demais, mas é justamente isso que eu acho que a autora quis passar. Você não precisa ser perfeito para exigir que seu governo lhe trate com respeito. Até porque os governantes também não o são.

     Há muitas linhas a serem abordadas e discutidas. Desde o papel do homem e da mulher na sociedade, até como se trata os filhos. Por sinal o filho mais velho de Jean é de dar nos nervos!!!

     O livro é incrível, mas não perfeito. O final é justo, mas não gostei dele como um todo. Achei que a autora fez coisas que não deveria para deixar a protagonista "bem na fita". E não achei legal. Não sei se foi corrido, me pareceu mais resumido. E quem lembra da minha resenha do último livro da trilogia de Jogos Vorazes se lembra do que eu não gostei, e isso se repetiu aqui. 

     Mesmo assim eu gostei mais deste do que de A Esperança sem sombra de dúvida. 4,5/5, ou seja, quase perfeito!!

     Eu marquei tantos quotes neste livro que resolvi deixar pra mostrar em outra postagem. Pois ele é cheio de frases de efeito. É um VISH atrás do outro.

     AMEI MUITOOOO!!! 

     Dá nervoso? Dá. Dá crise de ansiedade? Dá. Mas vale cada página! ♥

     LEIA!