Resenha: A Vida em Tons de Cinza


Titulo: A Vida Em Tons de Cinza
Autor: Ruta Sepetys
Páginas: 240
Editora: Arqueiro
Compre Aqui: Livraria Cultura


     Pense em um livro comovente... pensou? Ele é mais. Além de ser uma imensa lição de vida.
     Aqui Lina Vilkas nos conta sua história, (escrito em primeira pessoa) uma história que começa já na sua deportação e ao longo do livro ela vai contando também suas lembranças.
     Lina nasceu na Lituânia. Filha de Elena e Kostas. Elena era uma mulher linda e muito forte, e seu pai, Kostas, era professor universitário. Um homem que tinha um coração enorme que não media esforços para ajudar os outros. Lina também tinha um irmão 5 anos mais novo, Jonas.
     Em 1939 a União Soviética ocupa a Lituânia e mais alguns países, começando assim um governo de terror, com Stalin no comando.
     Em 1941, Lina e sua família são deportados, ela só tinha quinze anos.
     Os agentes da NKVD "jogam" Lina, Elena e Jonas em um caminhão e depois em um vagão de trem usado para transporte de animais, junto com um número imenso de Lituânos.
     Separada de seu pai, ela tenta de todas as maneiras sobreviver aos horrores dessa viagem que chega a ser macabra.
     Os que conseguem sobreviver, são forçados a trabalhar, tudo com muita humilhação o tempo todo. Em troca desse trabalho, eles "ganhavam" 300 gramas de pão por dia.
     A força do grupo que sobreviveu a viagem e aos trabalhos forçados é emocionante. Eles dividiam o pouco que tinham e por alguns momentos até sorriam. A vontade de voltar para casa é tão grande, a fé é tão absurda que contagia.
     Lina conhece um rapaz, Andrius. Juntos eles roubam lenha para se aquecerem no frio da Sibéria, conseguem comida para eles e para os outros. E juntos, com uma promessa de um futuro melhor, eles tentam ter energia suficiênte para seguir em frente.

"Eu não mereço nada. É preciso
defender o que é certo sem esperar
gratidão nem recompensa,..."
Pag. 16
 
     Eu gosto desses livros que retratam as guerras. Aliás acho que deveriam ser obrigatórios nas escolas. Saber o que realmente aconteceu naquela época. Como mais de vinte milhões de pessoas morreram, como foram condenadas injustamente por crimes que nunca cometeram.
     No caso de Lina, seu único crime foi ter nascido na Lituânia. 
    
"Levantei-me e olhei toda a extensão do
trem. O céu estava cinza. Chovia sem parar.
Ouvi um grito e vi o corpo inerte de uma
criança ser atirado na lama... Vi outro cadáver
ser lançado para fora. A colheita da morte
havia começado."
Pag. 52
 
"Os soviéticos nos prenderam porque somos
pessoas bem informadas, cultas. Fumar
páginas de um livro é simplesmente... Onde
vocês estão com a cabeça?"
Pag. 61
 
     Lina nos conta por tudo que passou em mais de um ano de tortura. É muito impressionante. E o melhor de tudo e mais lindo, mesmo com tantas coisas ruins ela encontra o amor verdadeiro. Amor por sua família, amor por seu amigo, amor por seu país e até mesmo o amor por seu inimigo.

     Eu recomendo sim e muito essa leitura. Contudo, leia com uma caixinha de lenço por perto, com certeza você vai precisar!




3 comentários

  1. Esse livro é muito bem falado, tenho uma imensa curiosidade de lê-lo, essa resenha só confirmou minhas expectativas.

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  2. Gostei da proposta e já estou marcando em minha lista de leituras, pois um livro além de trazer esclarecimentos sobre uma parte da história que pouco conhecemos, também traz esperança, fé, união, compaixão e amor, é sempre bom ler.

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