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Resenha: Willow


Título: Willow

Autora: Julia Hoban

Editora: Leya

Páginas: 223




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     PERFEITO!!


"Willow puxa seu braço para longe, espantada 
por como o toque dele a afeta. De certo modo, 
a mão dele é tão aflitiva e dolorosa como a lâmina...
só o efeito é ligeiramente diferente."
Pag. 10



     Willow perdeu seus pais da pior maneira que uma garota de dezesseis anos pode perder.

     Ela e seus pais saíram para jantar, e como eles haviam passado um pouco das doses de vinho, o pai pediu para a filha que dirigisse até em casa, achando que isso seria mais prudente. 

     Willow estava com sua licença para dirigir, e mesmo com a chuva torrencial que caía, parecia que não teria problemas, mas não foi isso que aconteceu.

     Ela acorda dias depois em um hospital e seus pais estavam mortos.

     Portanto ela se culpa pela morte deles. Ela tem certeza que matou seus pais. Porém ela não sente o luto como a maioria das pessoas que perdem um familiar ou alguém que ama. Willow não chora, e se culpa por isso também. Ela não consegue sentir a dor que deveria sentir. Isso tudo vai formando uma imensa bola de neve, ou bola de dor e sofrimento que vai se acumulando com o tempo.

    

"Sua perna dói. É extraordinário como um
corte de cinco centímetros pode doer tanto."
Pag. 38


     Para sentir a dor que ela acha que deve, que acha que é sua obrigação, ela começa a se mutilar. No começo pequenos cortes, depois passa a ser um vício. Um vício como se fosse uma droga das mais pesadas. Ela simplesmente não consegue parar. Mesmo sabendo que é errado, que prejudica seu corpo e sua vida, ela não para. E quando consegue seu feito, que vê o sangue escorrer e a dor física ser forte, ela fica extasiada, sente o prazer de sofrer. 

     
"O desejo de se mutilar é palpável, ainda
mais que aquele balcão."
Pag. 13


     Depois que os pais faleceram, Willow passa a morar com seu irmão mais velho e sua esposa e filha que ainda é um bebê.

     O irmão ainda está começando sua vida e não tem uma grande estrutura para receber sua irmã, mas o casal faz todo o possível para deixar Willow confortável. Mesmo assim ela se sente uma intrusa, um incomodo. Além disso, seu irmão não fala dos pais, não conversa com a irmã, não se abre. A vida de Willow realmente não é nada fácil.


"Mas Willow é uma purista. Ela reserva
seus instrumentos de corte apenas para
sua própria mutilação. Ela não pode 
simplesmente cortar sua própria carne
com a mesma lâmina com a qual
ela corta seu jantar."
Pag. 80


     Na escola as coisas também não vão bem. Ela não tem amigos. Até que Guy se apresenta e também seus poucos amigos. 
     
     A história que nasce entre ela e Guy é intensa e visceral, como há muito eu não lia. Ele é perfeito, amigo e companheiro. Assim como os outros personagens que se tornaram presentes na vida da nossa protagonista. Cada uma a sua maneira. 

     Assim como são as pessoas que conhecemos. Diferentes e apaixonantes à sua maneira. Assim são os amigos novos de Willow. 

     O crescimento de Willow é sentido a cada página.

     As descrições das mutilações são impressionantes. É possível visualizar e sentir a dor da personagem. Sentir a dor não só do corte em si, mas a dor psicológica dela. O sofrimento dela é de cortar o coração!

     Às vezes a gente acha que essas pessoas que se mutilam são babacas e precisam mesmo é de uns tabefes. Tá bem, pode até ser que algumas sejam assim só para chamar a atenção, mas em Willow a coisa é bem diferente. Pela primeira vez pude ver que tem pessoas que são assim e que precisam ser ouvidas e precisam de ajuda. E eu nunca havia visto essas pessoas pelo ponto de vista contado neste livro. Para mim foi um aprendizado inesquecível.

     É narrado em terceira pessoa pelo ponto de vista de Willow. Uma narrativa absurdamente incrível!! Mesmo não estando dentro da mente da personagem, é como se ela mesma contasse. Não sei como descrever a maneira como a autora escreve, mas garanto que é uma das melhores que já li. É em terceira pessoa, mas é tão envolvente que tinha momentos que eu achava que era primeira, pois eu realmente consegui me conectar muito intensamente com a personagem.

     Gosto muito de sick-lit, e este livro ficou entre os meus preferidos do gênero. 

     Recomendo muito. Mas prepare uma caixa de lenço para o final, pois com certeza você irá precisar!!!












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11 comentários

  1. Pelo que li aqui, a história já me conquistou. tem bastante emoção e uma trama super envolvente. Willow parece ser uma garota e tanto. Gostei de conhecê-la um pouco. Agora é conseguir o livro pra ler. Assim poderei saber mais sobre ela e esse outro personagem que a abala. Beijos.

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  2. Engraçado..quando você mencionou este livros em um dos lançamentos, foi paixão a primeira vista. Capa, título..e sinopse..tudo encaixando com peças de quebra-cabeça. Agora encontrar a resenha é como dizer:cadê o livro? Preciso!!
    Não é apenas mais uma história de meninas órfãs que precisam crescer sozinhas, mas é um misto de sofrimento, de dor sentida na carne..e na solidão..
    Profundo demais.
    Lerei, com certeza!!!!
    Beijo

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  3. Olá, Lelê. Gostei bastante da premissa, até mais do que eu acharia que iria gostar, mas ainda não sei se leria. Embora tenha ficado bem curioso para saber como a protagonista vai agir sobre enfrentar essa sua culpa.

    M&N | Desbrava(dores) de livros - Participe do nosso top comentarista de outubro

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  4. nunca pensei que a história teria essa intensidade!
    curti bastante a premissa com certeza gostaria de ler mais a fundo a história e os dramas de Willow
    http://felicidadeemlivros.blogspot.com.br/

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  5. Não conhecia o livro, gostei muito da capa, bem chamativa. Sua resenha ficou muito boa, me deixou muito curiosa pela leitura, a premissa é bem interessante.

    Beijos :*
    Claris - Plasticodelic

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  6. Estou doida pra ler esse livro, também gosto muito de sick-lit, história super emocionante e envolvente, já foi pra minha lista de desejados.

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  7. Resenha bem elaborada, abordando pontos relevantes do livro, despertando o interesse dos leitores.

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  8. Lelê, fiquei um bocado confuso agora, pensando que já tinha comentado esse post, resrsrs, mas me lembrei que foi na divulgação ;)

    Ele me pareceu muito interessante, a sinopse é bastante atrativa, e se você diz que a narrativa é competente e envolvente, bom tenho que ler logo!

    Dois abraços ;)

    http://www.pontolivro.com

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  9. Adorei a capa!
    Eu adoro os livros da editora Leya, então era de se esperar um trabalho maravilhoso já :)
    Não conhecia nem a sinopse, só a capa mesmo e sua resenha foi muito boa! assino o newsletter do blog e li no meu email, e tive que vir aqui comentar! *o*
    Gostei por se tratar de um assunto tão delicado, e pelo que vi de uma forma muito boa. Personagens de 16 anos problemáticos já são bem maçantes, mas este deve garantir uma lição maravilhosa aos leitores :D

    Beijos
    tamigarotaindecisa.blogspot.com.br

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  10. Lele, eu vou começar falando que não serei hipócrita de dizer que lerei esse livro algum dia, sei que não lerei. Mas...
    Caramba, deu pra sentir por sua resenha o quão intenso é o livro. Mesmo sem passar pela experiência da leitura a cada paragrafo de seu texto dava pra sentir as suas emoções a ponto de me arrepiar. E só de pensar na dor, física e psicológica, meu corpo reagia. Parabéns!

    Saudações,
    Ace Barros
    Capitão do drakkar Interlúdio, navegando pelo Multiverso X
    multiversox.com.br

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  11. Oi Lelê. Nossa, não sabia que essa história era tão intensa. Pela capa você não desconfia de nada né! :P Realmente sempre pensei que essas pessoas que se mutilam merecem uns tapas, mas olhando por esse lado, é bem triste. Ele precisam é de ajuda, isso sim. Bjoks da Gica.

    umaleitoraaquariana.blogspot.com

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